domingo, 20 de janeiro de 2013



Quantas pessoas já lhe falaram da sua incapacidade para lidar com o amor e as irracionais emoções que ele provoca, ou dizer que se amor é um jogo, serão sempre  perdedores?
No Banquete de Platão conta-se uma história que nos servirá para entender melhor a genética do amor. Quando nasceu Afrodite, a mais bela das deusas, foi realizado um banquete em sua honra. Todos os deuses compareceram para poder contemplar o mais belo ser criado. Entre eles estava Engenho, filho de Astúcia, que comemorou a ocasião embebedando-se com todo o néctar que foi capaz de beber. Penúria, uma outra deusa, não podia perder a oportunidade de estar presente numa festa onde a abundância poderia satisfazer sua eterna carência de tudo. Aproveitando o estado de Engenho se uniu a ele, e foi deles que nasceu um filho chamado Amor. Embriagados pela beleza geraram o amor.


AMOR É ENCONTRAR A BELEZA.

Este mito nos serve para entender o que é o amor. Como vimos, ele foi engendrado no nascimento da mais bela das deusas; ou seja, o dia em que nasceu a beleza, foi criado o amor para viver nela; por tanto, o amor acontece quando estamos embriagados pelo belo, sendo este um processo dinâmico, pois a vivencia da beleza tem uma transitoriedade que lhe é própria. Depois de encontrada e vivida precisa descobrir outras faces para ser contemplada. E descobrir é busca é encontro. Encontro que realiza o amor: momentos de harmonia, de crescimento, de boa sexualidade, de verdadeiro companheirismo em que abençoaremos ao nosso parceiro por ser o nosso parceiro. Mas este encontro marca nossa alma e é guardado como uma lembrança que é um tesouro que fala de momentos já vividos. Recordações boas que não garantem fidelidade nem felicidade, pois o amor exige estar presente no presente ou numa promessa deste. A realização amorosa é feita de momentos que, assim como o prazer, tem uma característica que lhes é peculiar: duram pouco. Sim, se a vida fosse harmonia o tempo todo seria uma chatice, se a sexualidade fosse todas as horas não teria sabor, e se duas pessoas estivessem juntas o tempo todo, como é que poderiam encontrar-se?
Os pais de Amor são importantes para conhecer a “genética” que compõe este “personagem”. O amor é uma polaridade Engenho- Penúria; um par dinâmico que se incentiva mutuamente porque se for só Engenho, será mecânico e vazio e se  for só Penûria, lamentos, cobrança ou resignação e baixa autoestima.
Certamente a parte mais “respeitada” é Penûria. A “nobreza” amorosa parece dignificar-se com a burrice de quem dá cabeçadas tristes e as justifica declarando-se inábil ou sincero. “Se é para me dizer que o amor é um jogo, eu não vou aprender isso!” Mas a beleza do amor exige paixão, carência e também inteligência. Negar suas habilidades para realizar seu sentimento amoroso é trabalhar para perder, pois sendo assim, será vítima indefesa das suas necessidades afetivas.
O propósito desta abordagem é dar um espaço maior para Engenho na sua vida afetiva. Ele conhece as “ciladas” que podem ajudá-lo na conquista, na manutenção do relacionamento, na sexualidade, como também assessorá-lo com dicas quando a ruptura seja o melhor caminho.